segunda-feira, 13 de abril de 2009

A marca stereographic - o logotipo

Até que enfim (depois de muitas tentativas) consegui escrever alguma coisa nesse blog!

Nos últimos dias tive a grande experiência de pesquisar sobre a tipografia escolhida para o nosso logotipo, o que era uma necessidade
após a definição da nossa marca. Era preciso escolher uma tipografia que se adequasse perfeitamente ao logotipo criado e nossa escolha recaiu sobre a fonte Chalet Comprimé Milan 1970, aplicada em caixa baixa na palavra stereo e em caixa alta na palavra graphic.


A família tipográfica Chalet é uma vasta coleção de fontes cujo conceito e estilo foram criados pelo estúdio norte americano House Industries, fundado em 1993 pelos designers Andy Cruz e Rich Roat, e cujo trabalho especializado na criação de fontes digitais é amplamente reconhecido por resgatar referências tipográficas do passado, com a preocupação estética de manter as características originais aliando-as à inovação.

A fonte Chalet original foi criada no ano de 2000 e para seu lançamento o House Ind. resolveu usar uma estratégia de propaganda bastante incomum: criou um personagem (um designer fictício) chamado René Albert Chalet, a quem foi atribuída a criação da família tipográfica que recebeu seu nome.

Chalet teria sido um tipógrafo francês injustiçado pelo não reconhecimento de seu trabalho como criador de tipos, o qual foi plagiado por ninguém menos que Max Miedinger, que criou a Helvetica em 1956 e que teria usado a criação de Chalet como base para a criação desta fonte. Decepcionado com o plágio e o não reconhecimento Chalet resolve trabalhar como estilista, tornando-se um dos mais renomados do mundo da moda. Seu trabalho como estilista retoma diversas características de seu trabalho como tipógrafo, em especial nos cortes ousados que remetem a formatos que lembram tipos, principalmente as letras A e Y.

A família tipográfica Chalet apresenta características que a relacionam com o estilo modernista geométrico, em que “A arquitetura mais econômica e rigorosa do início do século 20 tem a sua contrapartida em famílias tipográficas igualmente geométricas desenhadas na mesma época, freqüentemente pelas mesmas pessoas.”, “[...] esses tipos não fazem nenhum tipo de distinção entre o traço principal e a serifa. Ou as serifas têm o mesmo peso dos traços ou sequer existem.”. Nota-se ainda nesta tipografia e que “[...] suas formas se devem mais às formas matemáticas puras do círculo e da linha do que às letras manuscritas.”

Como a Chalet original não representava o que acreditávamos serem as características ideais para nossa marca, optamos pelo uso da variação Comprimé Milan 1970, uma fonte condensada, mais leve, e que se adequava melhor às nossas necessidades justamente em função de sua leveza, que se ajustava bem ao conceito de nossa marca.

A variação Comprimé foi desenvolvida a pedido do estúdio House Ind. pelo designer Paul Van Der Laan, em 2002, de forma a complementar a família tipográfica. A atualização acrescentou mais estilo à fonte e deixou-a apta a servir para uma série de outras demandas que exigissem o requinte típico dos anos de 1960/70, reminiscências consideradas por Paul Van Der Laan, cujas especialidades incluem a modificação e expansão de caracteres tipográficos existentes.

A família Chalet é uma fonte do tipo Opentype, um moderno formato criado em conjunto pela Adobe e Microsoft como forma de facilitar o uso dos tipos nas diferentes plataformas. Além disso, por ser uma evolução dos formatos Postscript e Truetype, o Opentype fornece uma maior quantidade de caracteres por arquivo (mais de 65 mil) enquanto os formatos anteriores permitem no máximo 256 caracteres. Isso faz com que um único arquivo de fonte abrigue uma quantidade muito maior de caracteres, incluindo símbolos, figuras, ligaduras, capitulares, ornamentos, etc., além de informações necessárias para o estilo tipográfico, como o kerning. Softwares que incluem suporte avançado para fontes Opentype, como os inclusos nos pacotes da Adobe, oferecem acesso a uma gama altíssima de recursos e características dessas fontes.

Tem mais não...

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Bibliografia e outras referências:

BRINGHURST, Robert. Elementos do estilo tipográfico. Tradução de André Stolarski. São Paulo: Cosac Naify, 2005

sobre a família tipográfica Chalet e suas variações ver www.houseind.com/about/houseprojects/chalet (acessado em 08/04/2009)
sobre o lançamento da fonte Chalet original ver www.microsoft.com/typography/links/News.aspx?NID=1297 (acessado em 08/04/2009)
sobre o lançamento das variações Chalet Comprimé ver www.microsoft.com/typography/links/News.aspx?NID=2579 (acessado em 08/04/2009)

sobre o designer Paul Van Der Laan ver www.typeinvaders.com e www.linkedin.com/in/paulvanderlaan (ambos acessados em 08/04/2009)

sobre o formato Opentype ver também www.fontshop.com/support/opentype.php (acessado em 08/04/2009)

sexta-feira, 10 de abril de 2009

A marca stereographic - o símbolo

Quem chegou a ver o início do blog deve ter percebido a mudança da marca do estúdio. A versão que estávamos usando foi desenvolvida no ano passado, mas acabamos chegando à conclusão de que as pessoas logo a associavam a um disco de vinil o que acabava levando muita gente a achar que se tratava de um estúdio de gravações de músicas ou algo parecido. Pois bem, apesar de ainda gostarmos muito da anterior, resolvemos desenvolver uma nova marca que não apresentasse uma relação tão direta com a música, afinal somos – ou pretendemos ser – um estúdio de sons, imagens e sonhos. Para chegar ao resultado final foram necessários muitos estudos, reuniões e testes, porque não adianta criar uma marca bonita que depois não possa ser defendida na banca final do TCC. Um dos elementos da marca que mais nos deu trabalho – isso desde o ano passado – foi o desenvolvimento do símbolo. Nossas bases teóricas foram “Sinais e símbolos”, de Adrian Frutiger e “Gestalt do objeto”, de João Gomes Filho. O primeiro para entender as origens e os processos de construção de símbolos gráficos e o segundo para estabelecer a comunicação por meio do símbolo a ser criado. A seguir mostramos o processo de estilização da imagem no símbolo e posteriormente a conclusão do processo:


Esta primeira sequência mostra a estilização das imagens para uma única forma básica.

Esta segunda sequência mostra a estilização das trilhas do disco de vinil

A terceira e a quarta sequências mostram a estilização de reflexos de movimento tanto no disco de vinil quanto no cd.
A quinta sequência mostra a estilização final quando retiramos o círculo maior para "libertar" o movimento visto nas sequências 3 e 4.

Este foi o símbolo que desenvolvemos no ano passado.

Os estudos deste ano para mudar o símbolo da marca.

O símbolo definitivo desenvolvido este ano. A aplicação do efeito de pincel foi para dar maior ênfase no aspecto gráfico da imagem.

Pode parecer que é muito trabalho para chegar a um símbolo tão simples, mas temos dois pontos a considerar: o primeiro se refere justamente ao fato de que a simplicidade é um importante fator de leitura e memorização da imagem, importantíssimo quando se pensa em marcas e; o segundo é que o trabalho de um designer é justamente estabelecer e desenvolver processos para chegar a resultados que justifiquem a existência de produtos ou imagens.

Mais à frente postaremos os processos de definição das cores e da tipografia.

Desenhos e mais desenhos.

Desenhar, desenhar e desenhar. Essa é a palavra do(s) dia(s) e a atividade que eu mais exerço durante esses meses que estão voando. E não, eu não estou lamentando, muito pelo contrário. Até porque é muito gratificante ver a evolução no desenho e como ele vai sendo moldado pouco a pouco para que todos fiquemos satisfeitos com o resultado.
Bem, deixarei de papo e vamos ao que interessa: desenhos!

Com base no último Macunaíma aqui postado foram feitos muitos estudos, mostramos a muitas pessoas entre amigos, professores, e chegamos a conclusão que precisariamos trabalhar mais no rosto do Macunaíma para ele ficar mais carismático. Portanto, todo tempinho livre - inclusive no balanço do busão, ou do metrô, ou até mesmo na montanha russa do Playcenter - foi dedicado a estes estudos e aqui estão os muitos rascunhos dedicados ao nosso pequeno herói.


















Os primeiros não modificavam muito a forma que já tinhamos, mas sempre seguimos a linha da boca grande.




















Legal, mas muito cartoon... não?























































Ah, este do canto está um tanto quanto 'simpsonizado'. Tava buscando inspiração, copiando pra pegar como referência mesmo.
















Buscando, buscando, buscando e enfim...




















Este rascunho serviu como base para um Macunaíma finalizado no Flash. A boca foi inspirada no quadro 'A negra' da Tarsila do Amaral




















E ele ficou assim




















Hmmmmmmm... Bochechas muito grandes, mão exagerada e a boca parecendo um hot dog, esse cabelinho tá muito afro e o nariz... bem... Então...















Aê! Já tá melhor. Então resgatamos aquele primeiro Macunaíma desenhado de forma despretensiosa e numa colagem aqui outra acolá saiu:




















E realmente ele ficou com um aspecto infantil, afinal este é o 'bebê' de 7 anos. Provavelmente será nessa estrutura que faremos o projeto 'Alpha' para nossa pesquisa - que logo mais será explicada por aqui.
Tendo essa estrutura já se pode começar a pensar em movimentos e possibilidades da boca, olhos e ações. E com isso, já existe uma possibilidade de uma das frases mais adoradas por este nosso herói:



















tem mais não.

segunda-feira, 6 de abril de 2009


Cada vez mais nossa vida é digital. Hoje temos muitas atividades consideradas básicas que estão implementadas no nosso dia-a-dia, como utilizar caixas eletrônicos, escrever textos no computador, divertir-se com jogos eletrônicos em diversas plataformas, navegar pela internet em
lan houses, . Mas cada vez mais novas atividades digitais vão sendo desenvolvidas (COSTA). Por meio do computador lemos as notícias ao vivo, assistimos filmes e programas, acessamos um acervo imenso de imagens, acompanhamos uma ação de astronautas no espaço, interagimos com pessoas de qualquer lugar do mundo simultaneamente. O celular deixou de ser um aparelho para falar com alguém. Agora ele tira foto, manda pela a internet, nos comunica via mensageiros on-line, ouvimos rádio... Até a televisão está se digitalizando. No futuro, por meio de celulares e computadores, poderemos integrar nossa casa, programar o almoço, alimentar o cachorro (ah, isto já é possível... )



Ler um livro digital também é possível. Infelizmente o modelo de livro impresso foi repassado para o digital, sem preparo para o novo suporte. Mesmo com as novas tecnologias apenas imitam o livro impresso, como o Kindle, projeto da Amazon, que supostamente já está indo para a terceira versão em dois anos de existência, mas que fez mais barulho no mercado do que sucesso comercial, o que é ruim pelo fato de ter sido desenvolvido pela maior loja virtual do mundo, com intuito de vender seus livros digitais. Mas até que momento o e-book convergirá o modelo impresso com o meio digital de forma eficiente?

Nosso projeto experimental pretende demonstrar de que forma podemos unir o livro e o meio digital, com interação. Por meio de um aplicativo hipermidiático, queremos propiciar uma leitura que agregue informações, interaja com o leitor, una tecnologias, de forma a ampliar as possibilidade e sair do lugar comum.

REFERÊNCIA:
COSTA, Rogério da. A cultura digital. São Paulo: Publifolha, 2003. 2ª Ed., 89p.